Cinquenta tons de “preto”


É incrível, e pouco percebido pela maioria, que uma pessoa comum pode perceber milhões de cores. Essas cores variam do claro ao escuro e do fosco ao vibrante, capturando uma extraordinária variedade de tons vistos pelo olho humano. Embora tenhamos mergulhado em nossa imaginação para criar nomes para muitas dessas cores como, carmim, musgo, ocre, terracota – existem inúmeras outras que ainda estão sem a sua própria palheta de cores ou nome nas caixas de lápis de cor. Muitas dessas cores conhecidas e desconhecidas, contudo, são muitas vezes confundidas com outras cores, como o erro que frequentemente cometemos com a “cor” preta.

Tecnicamente, o verdadeiro preto não é uma cor. Ele é considerado a ausência de cor e é desprovido de coloração. Isto porque, quando a luz atinge um objeto preto, o objeto absorve todos os comprimentos de onda da luz. Nossa percepção da cor depende do comprimento de onda e da quantidade de luz enviada para os nossos olhos. Se nenhuma ou muito pouca luz é refletida de um objeto, nenhuma cor é percebida (preto). Cones dentro da retina do olho humano desempenham um papel fundamental nesse processo por causa da sua sensibilidade à cor. Todo momento que estamos acordados e com os olhos abertos, estes cones estão enviando mensagens para o nosso cérebro para traduzir qual a cor que estamos vendo à nossa frente. Sem luz suficiente refletida de um objeto, os cones da retina não serão estimulados para enviar qualquer mensagem.

Poucos objetos com os quais nos deparamos em nosso dia a dia são realmente pretos. Um objeto que percebemos como preto é muitas vezes apenas uma sombra preta misturada com uma tonalidade da cor (por exemplo, vermelho escuro ou roxo). O “efeito contrário” pode ter muito a ver com a má percepção da cor. Quando um objeto de cor escura é colocado sobre um fundo muito claro, parece mais escuro do que realmente é. Por exemplo, o tom roxo escuro de uma ameixa colocada sobre uma mesa branca bem iluminada pela luz do dia provavelmente parecerá preto. O que também influencia nossa percepção da cor de um objeto são as fontes de luz e o ângulo no qual o vemos, que afetam diretamente o quão brilhante um objeto parecerá para o olho humano. Outras vezes, o objeto é simplesmente de uma cor intensa, o que é muito escuro para o olho humano discerni-lo visualmente da cor preta.

Para determinar objetivamente a cor de um objeto, é necessária a utilização de um espectrofotômetro. Estes instrumentos de medição de cor quantificam numericamente as cores com precisão e são imunes à subjetividade de nossa percepção visual da cor. A exatidão e precisão associada a um espectrofotômetro de alta qualidade permite que ele detecte mesmo a menor diferença na cor e luminosidade da superfície. Medir um objeto preto com um destes instrumentos, muitas vezes, revela alguma quantidade de vermelho, amarelo, ou no caso da ameixa, o tom roxo no objeto ou produto.

Medições precisas de cor são fundamentais para a Pesquisa & Desenvolvimento, fabricação e processos de produção. O impacto que a cor tem na consistência e aparência de um produto, bem como a má interpretação que isso pode causar, faz com que ela seja um elemento a ser analisado. Na próxima vez que você ver um objeto “preto”, saiba que ele pode ser um pouco avermelhado, azulado ou ter alguma tonalidade desconhecida sendo mal interpretada como sendo “preto” pelos seus olhos.

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